Rio também se manifesta contra restrição
Rio também se manifesta contra restrição
O presidente do Clube dos Diretores Lojistas do Rio (CDL-RJ), Aldo Gonçalves, criticou nesta terça-feira a decisão do prefeito Eduardo Paes de impor ao comércio a realização de carga e descarga a noite, após as 21h. Essa iniciativa, segundo ele, tenta esvaziar a cidade em função das obras de demolição da Perimetral.
- Sou contra essa medida porque não há dialogo com as entidades empresariais. Essas medidas estão sendo impostas - disse, acrescentando que isso medida vai gerar gastos extras com o pagamento de funcionários e horas extras: “se, por imposição da Prefeitura, as empresas de transporte não podem prestar o serviço em determinado horário, elas terão que fazer isso em horários alternativos, como na madrugada, por exemplo. Isso implica em gastos com segurança, hora extra e adicional noturno para os funcionários. E essa conta pode chegar aos consumidores”, disse, acrescentando que, no que diz respeito a segurança, “os assaltos já acontecem durante o dia. Já imaginou à noite?”
Aldo fez questão de ressaltar ao MONITOR MERCANTIL que o comércio tem sido punido significativamente em função das manifestações que, segundo ele, geram perdas diárias de cerca de R$ 130 milhões, além da volta da inflação e os problemas de trânsito que dificulta a circulação de pessoas. Por isso, ele considera “gravíssimo” o problema de carga e descarga. E salientou que as vendas do comércio carioca devem sofrer um impacto negativo com o fechamento de mais um trecho da Perimetral.
- O comércio no Rio com certeza vai perder uma grande fatia de consumidores vindos de cidades como Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Nova Iguaçu, Duque de Caxias e outras, porque essas pessoas utilizam esse trecho da Perimetral e não vão querer enfrentar tantos transtornos para chegar ao centro da cidade. A situação só não será pior por causa das vendas de fim de ano, já que a melhor data para o comércio se aproxima, o Natal.
Quanto à “cota de sacrifício”, pedida pelo secretário municipal de Transporte, Carlos Roberto Osório, Aldo fez questão de frisar que “é fácil de falar”. Segundo ele, no que tange à mobilidade urbana, a Prefeitura quer que as pessoas deixem seus carros na garagem e utilizem o transporte público.
- Mas tem que ser um transporte público de qualidade e o Rio não tem. Pessoas de grandes centros urbanos como Nova Iorque, Londres, utilizam transporte público porque é de qualidade, mas, infelizmente, o Rio não tem - disse, enfatizando que as lojas da Sociedade dos Amigos e Adjacências da Rua da Alfândega (Saara) correm os maiores riscos porque a maioria são lojas de familiares e o risco de assalto é grande.